O cão dos Baskervilles – Capítulo 13

 Arthur Conan Doyle

O cão dos Baskervilles
Capítulo décimo terceiro

Título original: The Hound of the Baskervilles
Publicado em The Strand Magazine, Londres, 1901-02.

Sobre o texto em português:
Este texto digital reproduz a
tradução de The Hound of the Baskervilles publicado em
As Aventuras de Sherlock Holmes, Volume IV,
editado pelo Círculo do Livro
e com tradução de Lígia Junqueiro.

Capítulo décimo terceiro: Armando a rede

Sir Henry ficou mais alegre do que admirado ao ver Sherlock Holmes, pois esperara, naqueles dias, que os últimos acontecimentos o trouxessem de Londres. Porém, ergueu as sobrancelhas quando soube que meu amigo não tinha bagagem nem explicação para o fato. Mas ambos lhe fornecemos a roupa necessária Enquanto ceávarnos tardiamente, Holmes e eu explicamos ao baronete a parte dos acontecimentos noturnos que achamos útil contar-lhe. Mas, primeiramente, tive de cumprir a desagradável tarefa de participar ao casal Barrymore a morte de Selden. Para ele, pode ter sido um alívio, mas a mulher chorou amargamente, com a cabeça escondida no avental. Para o mundo inteiro, ele era um homem violento, meio animal, meio demônio, mas, para a irmã, continuaria a ser o menino voluntarioso da sua infância, a criança que se agarrava à sua mão. Mau é realmente o homem que não tem urna mulher para chorá-lo.

— Estive trabalhando em casa o dia inteiro, desde que Watson saiu, de manhã disse o baronete. — Creio que mereço parabéns, pois cumpri a minha promessa. Se não tivesse jurado que não sairia sozinho, poderia ter tido uma noite mais animada, pois recebi recado de Stapleton convidando-me a ir até lá.

— Não duvido de que teria tido urna noite mais animada replicou Holmes secamente. Por falar nisso, não creio que saiba que estivemos chorando a sua morte!

Sir Henry arregalou os olhos.

— Como assim?

— O pobre-diabo vestia as suas roupas, como presente de Barrymore. Receio que este vá ter complicações com a polícia.

— Não é provável. Não havia marca de espécie alguma.

— É urna sorte para ele. Para ser exato, sorte para todos nós, já que, neste caso, estávamos do lado contrário a lei. Não sei se, como detetive consciencioso, meu primeiro dever não seria prender a casa toda. Os relatórios de Watson são documentos profundamente comprometedores.

— Mas, e quanto ao caso? — perguntou o baronete.

— Conseguiu deslindar a meada? Não creio que Watson e eu tenhamos progredido muito, desde que viemos para cá.

— Creio que estarei em condições de poder tornar a situação mais clara a seus olhos dentro de pouco tempo. Foi um caso muito difícil e complicado. Há vários pontos que ainda precisam ser deslindados, mas, em todo caso, vai indo.

— Tivemos uma experiência desagradável, como Watson deve ter lhe contado. Ouvimos o cão na charneca, de modo que posso jurar que não é uma vã superstição. Aprendi alguma coisa sobre cães, no oeste, e sei quando ouço um. Se o senhor conseguir pôr uma mordaça neste, estarei pronto para jurar que é o maior detetive do mundo.

— Creio que poderei pôr-lhe uma mordaça e uma corrente, se o senhor estiver disposto a me ajudar.

— Farei o que me disser.

— Muito bem. Peço-lhe que me obedeça cegamente, sem perguntar os motivos.

— Como quiser.

— Se assim agir, creio que nosso problema será solucionado. Não duvido…

Holmes interrompeu-se de repente e olhou fixamente, por sobre a minha cabeça, para a parede. A luz lhe batia no rosto e a sua expressão era tão absorta, que poderia tratar-se do rosto nítido de uma estátua clássica, personificação da vivacidade e da expectativa.

— Que houve? — perguntamos Sir Henry e eu.

Sidney Paget, 1902

Sidney Paget, 1902

Quando Holmes baixou os olhos, vi que procurava dominar uma profunda emoção. Seu rosto estava controlado, mas os olhos tinham um brilho exultante.

— Perdoe a admiração de um conhecedor — disse ele, fazendo um gesto em direção aos retratos, na parede oposta. — Watson não admite que eu entenda de arte, mas é pura inveja, porque as nossas opiniões divergem. Ali está uma bela coleção de retratos.

— Fico satisfeito por ouvi-lo dizer isso — declarou Sir Henry, olhando com surpresa para o meu amigo. — Não pretendo entender muito desses assuntos, e sou melhor juiz de um cavalo ou novilho do que de um quadro. Não pensei que o senhor tivesse tempo para essas coisas.

— Sei se uma coisa é boa quando a vejo, como estou vendo agora. Poderia jurar que está ali um Kneller, aquela senhora de vestido de seda azul, e o cavalheiro de peruca deve ser um Reynolds, São todos retratos de família, creio.

— Todos.

— Sabe os nomes?

— Barrymore esforçou-se por me ensinar, e creio que sei bem a lição.

— Quem é o cavalheiro que está com o telescópio?

—  É o contra-almirante Baskerville, que serviu sob as ordens de Rodney, nas Índias Ocidentais. O homem de casaco azul e rolo de papel na mão é William Baskerville, que foi presidente da Câmara dos Comuns, no tempo de Pitt.

— E esse cavalheiro à minha frente, aquele de veludo preto e rendas?

— Ah, o senhor tem o direito de saber. E o causador de toda a nossa infelicidade, o malvado Hugo, que deu origem ao cão de Baskerville. Não é provável que nos esqueçamos dele.

Olhei com interesse e surpresa para o retrato.

— Meu Deus! — exclamou Holmes. — Parece um sujeito calmo, suave, mas ouso afirmar que havia uma expressão diabólica nos seus olhos. Tinha-o imaginado mais robusto e violento.

— Não há dúvida quanto à autenticidade, pois o nome e a data, 1647, estão escritos nas costas da tela.

Holmes falou pouco, mas o retrato do velho fanfarrão parecia atraí-lo grandemente, pois seus olhos estiveram continuamente pousados nele, durante o jantar. Somente mais tarde, depois de Sir Henry se retirar, é que consegui acompanhar o curso dos seus pensamentos. Ele me levou à sala dos banquetes, de candelabro na mão, e ergueu-o para o retrato da parede.

— Vê alguma coisa aí?

Olhei para o chapéu largo, de plumas, os cabelos encaracolados, a gola branca e o rosto comprido, severo. Não era um rosto brutal, mas afetado, duro e severo, com lábios finos e firmes, olhar frio e intolerante.

— Parece-se com alguém que você conheça?

— Há qualquer coisa de Sir Henry no queixo.

— Talvez uma ligeira semelhança. Mas espere um instante!

Sidney Paget, 1902

Sidney Paget, 1902

Holmes subiu a uma cadeira e, segurando a luz com a mão esquerda, curvou o braço direito sobre o chapéu e em volta dos cabelos.

— Meu Deus! — exclamei, admirado.

O rosto de Stapleton aparecia no quadro.

— Ah, ah, agora já percebe! Meus olhos estão habituados a examinar rostos e não adornos. A primeira qualidade do investigador é poder ver através de um disfarce.

— Mas é extraordinário. Poderia ser o retrato dele.

— Sim, um interessante caso de atavismo, que parece ser tanto moral quanto físico, O estudo de retratos de família bastaria para nos levar à teoria da reencarnação. O sujeito é Baskerville, disso não há dúvida.

— Com o olho na sucessão.

— Exatamente. Esse retrato nos forneceu o mais óbvio dos elos que faltavam. Temos o homem em nosso poder, Watson, temos o homem, e garanto que, antes que anoiteça, amanhã, ele estará se debatendo na nossa rede, impotente como uma das suas borboletas. Um alfinete, uma rolha, um cartão, e acabará por fazer parte da coleção da Baker Street!

Holmes soltou uma das suas raras gargalhadas ao desviar-se do retrato. Não o vejo rir com frequência, e isso é sempre mau augúrio para alguém.

Acordei cedo, no dia seguinte, mas Holmes se levantara mais cedo ainda, pois vi-o chegar da alameda já todo vestido.

— Sim, vamos ter um dia cheio disse ele, esfregando as mãos de contentamento, ao pensar em agir. — As redes estão todas armadas, e vamos começar a puxá-las. Antes que o dia acabe, saberemos se apanhamos o nosso peixe ou se ele conseguiu escapar às malhas.

— Já esteve na charneca?

— Mandei um telegrama de Grimpen para Princetown comunicando a morte de Selden. Creio que posso prometer que nenhum de vocês será incomodado a respeito do caso. E me comuniquei também com o meu fiel Cartwright, que com toda a certeza ficaria penando à porta da minha cabana de pedra, como cão na sepultura do dono, se eu não o tranquilizasse.

— Qual é o próximo passo?

— Falar com Sir Henry. Aí vem ele!

— Bom dia, Holmes disse o baronete. — Parece um general que planeja uma batalha, com o seu ajudante-de-ordens.

— É exatamente a situação. Watson está me pedindo instruções.

— E eu também.

— Muito bem. Parece que está comprometido para jantar hoje com seus amigos, os Stapletons.

— Espero que venha conosco. Eles são muito hospitaleiros, e tenho certeza de que ficariam contentes com o seu comparecimento.

— Infelizmente, Watson e eu temos de ir a Londres.

— A Londres?

— Sim creio que seremos mais úteis lá, na situação presente.

O baronete ficou visivelmente decepcionado.

— Esperei que o senhor me acompanhasse até o fim, neste assunto disse ele. — A mansão e a planície não são lugares muito agradáveis, quando se está só.

— Caro amigo, precisa confiar em mim, implicitamente, e fazer exatamente o que digo. Pode dizer aos seus amigos que teríamos tido muito prazer cm acompanhá-lo, mas que negócios urgentes exigiram a nossa presença em Londres. Esperamos voltar depressa a Devonshire. Não se esquecerá de dar esse recado?

— Já que insiste.

— Não há outra alternativa, garanto.

Vi, pela expressão sombria do baronete, que ele estava profundamente magoado pelo que considerava a nossa deserção.

— Quando desejam partir? – perguntou ele friamente.

— Logo depois do café. Iremos até Coombe Tracy, mas Watson deixará aqui as suas malas, como penhor de que voltará. Watson, faça o favor de escrever um bilhete a Stapleton, avisando-o de que não poderá ir.

— Estou com vontade de ir a Londres também — disse o baronete. — Por que hei de ficar aqui sozinho?

— Porque é o seu lugar. Porque me deu a sua palavra de honra de que faria o que eu lhe dissesse, e estou lhe dizendo que tique.

— Está certo, então; ficarei.

— Mais uma recomendação! Quero que vá de carro até Merripit. Mande-o depois embora e faça com que saibam que vai voltar a pé.

— A pé, pela charneca?

— Isso mesmo.

— Mas é exatamente o que o senhor tem me recomendado que não faça.

— Desta vez não há perigo. Se eu não tivesse toda a confiança nos seus nervos e na sua coragem, não faria tal sugestão, mas é indispensável que assim faça.

— Então, conte comigo.

— E, se der valor à vida, não ande pela charneca em nenhuma outra direção a não ser pela vereda que leva de Merripit à estrada de Grimpen, e pelo caminho normal para a sua casa.

— Seguirei suas instruções.

— Muito bem. Gostaria de partir logo depois do café, para chegar a Londres à tarde.

Fiquei atônito com aquele programa, embora tivesse ouvido Holmes dizer a Stapleton, na noite anterior, que a sua visita terminaria hoje. Mas não me passara pela cabeça a ideia de que me pediria para acompanhá-lo, nem podia compreender como poderíamos ficar ambos ausentes num momento que ele próprio declarara de crise. Mas eu nada podia fazer a não ser obedecer sem discussão; portanto, despedimo-nos do nosso tristonho amigo e, duas horas mais tarde, estávamos na estação de Coombe Tracy, e Holmes mandou a charrete regressar à mansão. Um garoto nos esperava na plataforma.

— Alguma ordem, senhor?

— Você vai tomar este trem para Londres, Cartwright. Assim que chegar lá, mande um telegrama para Sir Henry Baskerville, em meu nome, dizendo que, se encontrar o meu livro de apontamentos que deixei lá, é favor mandá-lo registrado para a Baker Street.

— Sim, senhor.

— E pergunte no escritório da estação se há algum recado para mim.

O garoto voltou com um telegrama, que Holmes me mostrou. Dizia:

“Recebi telegrama. Sigo com mandado de prisão em branco. Chego cinco e quarenta. Lestrade”.

—  É esta a resposta ao meu telegrama de hoje de manhã. Lestrade é o melhor dos profissionais, na minha opinião, e talvez precisemos do seu auxílio. Agora, Watson, não podemos empregar melhor o nosso tempo do que indo visitar sua conhecida, a sra. Laura Lyons.

O plano de ação se tornava claro. Holmes ia se servir do baronete para convencer os Stapletons de que realmente tínhamos partido, ao passo que voltaríamos no momento em que poderíamos ser mais úteis. O telegrama de Londres, se Sir Henry o mencionasse a Stapleton, afastaria do seu pensamento a última suspeita. Já me parecia ver a rede começar a envolver aquele peixe.

A sra. Laura Lyons estava no escritório. Sherlock Holmes começou a entrevista com urna franqueza que muito a surpreendeu.

— Estou investigando as circunstâncias da morte de Sir Charles Baskerville — disse Holmes, — Meu amigo Watson me transmitiu o que a senhora lhe contou e também o que ocultou em relação ao caso.

— O que foi que ocultei? — perguntou ela em tom de desafio.

— Confessou que pediu a Sir Charles que estivesse no portão às dez horas. Sabemos que foi esse o local e a hora de sua morte. A senhora ocultou a relação entre esses acontecimentos.

— Não há relação.

— Nesse caso, a coincidência é realmente extraordinária. Mas creio que conseguiremos estabelecer a relação, afinal de contas. Desejo ser absolutamente franco, sra. Lyons. Consideramos este caso um assassinato, e as provas poderão ser não somente contra seu amigo Stapleton como contra sua mulher.

Sidney Paget, 1902

Sidney Paget, 1902

A sra. Lyons deu um salto da cadeira.

— Sua mulher!? — exclamou.

— Já não é segredo, A pessoa que passou por irmã dele é, na realidade, sua mulher.

A sra. Lyons se sentou novamente. Suas mãos agarravam os braços da poltrona, e vi as unhas rosadas se tornarem brancas com a força que ela fazia.

— Sua mulher! — disse ela de novo, — Sua mulher! Ele não é casado.

Sherlock Holmes encolheu os ombros.

— Prove! — gritou ela. — Prove! E, se conseguir provar…

O fulgor dos seus olhos dizia mais do que as palavras.

— Vim preparado para isso — disse Holmes, tirando do bolso vários papéis. — Aqui está um retrato do casal, tirado em York, há quatro anos. Está escrito “Sr. E Sra. Vandeleur”,  mas a senhora não terá dificuldade em reconhecê-lo e a ela também, se a conhece de vista. Aqui estão três descrições, assinadas por testemunhas de confiança do sr. e da sra. Vandeleur, que tinham uma escola particular em St. Oliver. Leia e veja se duvida da identidade dessas pessoas.

Ela olhou para os papéis, depois ergueu para nós o rosto, que tinha a rigidez do desespero.

— Sr. Holmes, esse homem me propôs casamento, se eu me divorciasse de meu marido. Ele me mentiu, o miserável, de todas as maneiras possíveis. E por quê?…  Por quê?… Pensei que fosse por minha causa. Mas vejo agora que não passei de um instrumento nas suas mãos. Por que hei de me manter fiel a quem nunca me deu fidelidade? Por que hei de protegê-lo das consequências da sua própria maldade? Pergunte-me o que quiser, que nada lhe esconderei. Uma coisa lhe juro, e é isto: quando escrevi aquela carta, nunca pensei que qualquer mal pudesse acontecer ao bom velho, que se mostrou sempre o meu melhor amigo.

— Acredito piamente, minha senhora disse Holmes. — O relatório dos acontecimentos lhe será penoso, e talvez seja preferível eu contar o que sucedeu… e a senhora me corrigirá, se houver algum engano. Foi Stapleton quem lhe sugeriu que mandasse a carta?

— Ele a ditou.

— Com certeza alegou que a senhora receberia auxílio de Sir Charles para fazer face às despesas do divórcio.

— Exatamente.

— Depois de a senhora ter mandado a carta, ele a dissuadiu de ir ao encontro?

— Disse-me que o seu amor-próprio ficaria ferido se outro homem me desse dinheiro para tal fim e que, embora fosse pobre, estava disposto a gastar até o último níquel para remover os obstáculos que nos separavam.

— Ele parece muito coerente consigo mesmo. E a senhora não soube de nada até ler a notícia da tragédia nos jornais?

— Não.

— E ele a fez jurar que nada diria sobre o encontro marcado com Sir Charles?

— Fez. Disse que se tratava de morte misteriosa e que suspeitariam de mim, se os fatos fossem conhecidos. Amedrontou-me para que eu ficasse calada.

— Isso mesmo. Mas a senhora tinha as suas suspeitas, não?

Ela hesitou, baixando os olhos.

— Eu o conhecia — respondeu. — Mas, se ele me tivesse sido fiel, também eu lhe guardaria fidelidade.

— Acho que, afinal de contas, deve dar graças aos céus por ter escapado — disse Holmes. — A senhora o teve em seu poder, e ele sabe disso, mas, apesar de tudo, está viva. Durante meses, a senhora andou à beira de um precipício. Agora, desejamos-lhe muito boa tarde, sra. Lyons, e é provável que logo tenha notícias nossas.

Enquanto esperávamos o trem expresso que vinha da cidade, Holmes disse:

—  Nosso caso começa a se completar, e as dificuldades desaparecem, uma a uma. Em breve estarei apto a resumir, numa narrativa simples e coerente, um dos mais extraordinários e sensacionais crimes dos tempos modernos, Os estudantes de criminologia lembrar-se-ão de incidentes análogos em Grodno, na Rússia, em 1866, e naturalmente o caso Anderson, na Carolina do Norte, mas este de agora tem traços absolutamente especiais. Mas, mesmo no ponto em que está, ainda não temos um caso concreto contra um homem tão astucioso. Mas muito me admirarei se não estiver esclarecido antes de irmos para a cama, hoje à noite.

Sidney Paget, 1902

Sidney Paget, 1902

O expresso de Londres entrou rugindo na estação, e um homem pequeno, rijo e troncudo desceu de uni vagão de primeira classe. Cumprimentamo-nos e logo vi, pela maneira respeitosa com que Lestrade olhou para o meu companheiro, que ele aprendera muito desde os dias em que tinham começado a trabalhar Juntos. Lembro-me ainda do sarcasmo que as teorias do raciocinador despertavam no homem prático.

— Algo de bom? perguntou ele.

— O maior caso, em muitos anos — declarou Holmes. —  Temos duas horas, antes de começar a agir. Acho que podemos empregá-las jantando. Depois, Lestrade, tiraremos a neblina de Londres dos seus pulmões, proporcionando-lhe uma golfada do ar puro de Dartmoor. Já esteve lá? Nunca? Pois bem, acho que não se esquecerá da sua primeira visita.

The Hound of the Baskervilles, 1902

Capítulo 1: Sherlock Holmes § Capítulo 2: A maldição dos Baskervilles
Capítulo 3: O problema § Capítulo 4: Sir Henry Baskerville
Capítulo 5: Três fios partidos § Capítulo 6: Baskerville Hall
Capítulo 7: Os Stapletons da Casa Merripit § Capítulo 8: Primeiro relatório do dr. Watson
Capítulo 9: Segundo relatório do dr. Watson – Luz na charneca
Capítulo 10: Extratos do diário do dr. Watson § Capítulo 11: O homem na rocha
Capítulo 12: Morte na charneca § Capítulo 13: Armando a rede
Capítulo 14: O cão dos Baskervilles § Capítulo 15: Retrospecto

Ilustrações: Sidney Paget, cortesia Camden House
Transcrição: Mundo Sherlock

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